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terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Resenha do Livro: Modos de Ver, John Berger

O livro Modos de Ver foi escrito pelo crítico de arte, pintor e escritor John Berger, em 1972, nele é mostrado como o modo de ver de cada indivíduo interfere na forma como o ele interpreta as imagens.
A relação entre o que vemos e o que sabemos, nunca fica estabelecida. A cada tarde, vemos o Sol se pôr. Sabemos que a Terra está se movimentando no sentido de afastar-se dele. No entanto, o conhecimento, e a explicação quase nunca combinam com a cena. (BERGER, John. Modos de Ver, 1972, p.09)
Na leitura total é possível perceber que o autor analisa as imagens nos mais diversos meios de comunicação, como a mudança de percepção pelo desenvolvimento técnico da geração de imagens (pintura à fotografia), a reprodutibilidade mecânica das obras, o nu e a imagem da mulher como objeto de visão, e a sedução pela publicidade.
A organização dos assuntos esta em quatro capítulos de textos e imagens e, três diretamente ligadas à parte visual.
De que forma as imagens nos afetam ou são reflexos da sociedade e  do período em que vivemos?
Para John Berger, nossa percepção de qualquer imagem é afetada pelo que sabemos e por tudo que acreditamos. Assim, o autor mostra uma nova e diferente forma de observar cenas, obras de arte e imagens publicitárias, levando cada um à refletir sobre sua visão de mundo e sobre as mensagens passadas por tudo a nossa volta.
Como nunca olhamos para apenas um objeto, sempre visualizamos algo já o relacionando com outras coisas.  Assim, entende-se que tudo que vemos é interferido pelo que sabemos, acreditamos, e com a influência direta do saber pessoal e individual.
Para entendermos como as coisas são vistas por nós e pelos outros, precisamos de dialogo. Só com palavras podemos entender uma cena ou imagem através da nossa interpretação.
“Termos como fusão harmoniosa, contraste inesquecível, atingindo um pico de amplitude e força transferem a emoção provocada pela imagem do plano da experiência vivida para o da desinteressada aparição da arte” (BERGER, John. Modos de Ver, 1972, p.15).
Atualmente a observação da arte leva em conta pensamentos, perspectivas e o universo individual geral.
A leitura da imagem  muda de acordo com o que é imediatamente visto ao seu lado, e o significado da obra original consiste não mais no que ela unicamente diz, mas no que ela unicamente é. O ato de olhar é uma escolha, e a percepção de qualquer que seja a imagem, é afetada pelo que já sabemos e acreditamos.
Este livro também mostra a ideia de que a presença social de uma mulher é diferente da de um homem, pois a presença masculina depende do poder que ele corporifica, sugerindo o que é capaz de fazer por ou para você. Já a feminina depende da atitude que ela mostra em relação a si mesma, revelando o que ela permite ou não que lhe seja feito.
O poder dos homens tem relação com sua moral, físico, temperamento, social e sexual, já os das mulheres são expressados através de seus gestos, voz, opiniões, expressões, roupas, gostos, ambientes  e tudo aquilo que ela faz. Sendo assim, podemos concluir que a mulher é tratada como um objeto da visão.
“Os homens atuam e as mulheres aparecem” (BERGER, John. Modos de Ver, 1972, p.49).
Como exemplo, o autor mostra  os nus europeus que são pintados como se a mulher estivesse a serviço do desejo de quem olha, que, em sua maioria, eram homens.
A forma que cada um vê é definida pelo significado da imagem individual e pessoal. Cada um interpreta e analisa de acordo com sua cultura, história, psicologia e ideologia, gerando assim diferentes interpretações da mesma imagem.
Vem dai a importância da leitura deste livro para que o olhar de cada um em obras, fotos ou qualquer outra imagem seja apurado e aprimorado.
Como os capítulos são individuais e sem continuidade, pode ser lido em qualquer ordem e os capítulos compostos somente por imagens, são explicados e analisados um por um, se tornando de fácil entendimento.
É uma obra muito importante para o entendimento da arte, imagens e fotos, sendo possível aprender e entender o quanto nosso universo pessoal pode interferir na interpretação de tudo o que é observado.


Denise Lemos

2 comentários:

  1. Olá Denise, retribuindo a visita e te seguindo também!
    Beijos...
    Loriete Paranhos

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  2. Este año como cada año, nuestro tren parara en alguna estación, depende de cada uno de nosotros dejar ir a la tristezas, miedos, frustraciones, malos momentos, desamor. Agradece a cada uno de ellos.. su compañía y sus enseñanzas, aunque hayan sido dolorosas, déjalos ir, déjalos bajar de este tren. Deseo que en esta parada, a tu tren suban miles de bendiciones, sueños alcanzables, amor, abundancia, fuerza y determinación para seguir tu viaje.
    Hoy en mi vagón quedaran puestos desocupados y espero te sientes a mi lado para compartir junt@s este nuevo viaje. FELIZ NUEVO COMIENZO EN ESTE AÑO 2015!!!

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Muito obrigada por deixar seu recadinho...Deus te abençoe!!!!